OBJETIVOS:
Gerar um espaço acessível de reflexão- ação conjunta. Possibilitar um corpo e uma voz mais conscientes. Fazer o corpo pensar. Dar peso a palavra. Transformar o ator em interlocutor do espectador. Abrir a pergunta “Um teatro para quem? Para dizer o quê? Escolher. Refletir sobre a fábula. Questioná-la. Buscar o sentido do dicurso para sua realização. Fazer do palco um reflexo que permita um olhar crítico. Preparar a cena de tal forma que daí advenha a análise. Construir um teatro crítico que dialogue, não que nos “diga”. “Um teatro que esteja `a frente de seu público, não atrás dele”(Brecht).
ATIVIDADES:
Exercícios brechtianos preparatórios. Encenações que estimulam o pensamento crítico. Trabalho de atuação com cenas. Análise da ação. Diálogo ator-personagem-distância. Pensamento crítico em cena. Trabalho para evidenciar as contradições. Debate e problematização em torno das temáticas tratadas. Observação crítica e análise. Aproximação com o material teórico.
CONTEÚDO:
– Introdução. Aproximação ao distanciamento de Brecht. (1 aula)
Primeira distância com o fábula: narração. Enunciação da ação. Trabalho de conscientização acerca das alternativas. Escolhas. Chegar a atitude, enunciar a atitude.
– Teatro didático ou teatro de aprendizagem. (2 aulas)
Des-mecanização do corpo e postura ideológica. Exploração de outras possibilidades expressivas. Trabalho com cenas, focalização da fábula: decidir o que conto da personagem, para quem e para que. O que se quer ensinar? Exploração de meios para pôr em cena aquilo que se escolheu como primordial.
– Teatro épico. Diversas abordagens rumo a um teatro dialético (2 aulas)
Reconhecimento do sujeito como imerso em um mundo condicionante e modificável. O homem transforma o mundo, o mundo transforma o homem. Mostrar e evidenciar a alienação e a liberdade de cada personagem. Busca do ponto de vista “historizante”. Tentativa de identificar o espectador em sua condição de sujeito transformador e transformável da e pela sociedade. Conscientização do que se faz para desnaturalizar-lo como inamovível e inquestionável. Não se trata de simplificar a caracterização, mas de desdobrar a contradição.Distanciamento do texto e da ação. Apropriação e desapropriação do texto. Sempre é em primeira pessoa (eu ator), sempre em terceira pessoa (o autor/ o personagem/ outro).
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Laura Brauer é atriz, diretora e professora de interpretação
Formada na Argentina em 2003 como atriz e professora de teatro no colégio superior da arte do teatro e comunicação Andamio ’90. Foi assistente pedagógica de Claudio Tolcachir e Mercedes Falle. Realizou cursos de clown com Daniel Casablanca e Hernán Gené. Cursou o seminário intensivo de “Comedia dell`arte” com Jorge Costa, Técnica Mesiner com Yoska Lázaro e Iñaki Moreno. Se formou em técnicas de “Teatro do Oprimido” com Augusto Boal (Brasil), Jana Sanskriti (India), entre outros. Participou dos cursos da escola de teatro “Ernst Busch” (Berlim) com Carmen Maja Antoni e realizou o workshop de teatro documentário “Theatre and History. History Coun ts” com Hans Werner Kroessiger no Berliner Festspiele na Alemanha.
Em 2005 se torna bolsista da Secretaria de Cultura de la Nación para realizar investigação sobre técnicas do ator de BERTOLT BRECHT em Berlim. Sobre sua experiência publica artigos na Revista “El Apuntador” e dá cursos para atores no teatro IFT, C.C.Paco Urondo, a A.C Pestalozzi e em centros privados em Buenos Aires.
Em 2007 é bolsista da Academia de Arte de Berlim e coordena projeto de teatro do Oprimido “Actuarnos Otros”. Para isto forma um grupo com o mesmo nome com o qual continua trabalhando até hoje, obtendo subsídios e participando em vários festivais nacionais e internacionais. Realiza trabalhos com Teatro do Oprimido e dá cursos na Holanda, Portugal, Inglaterra e Argentina em diversos âmbitos educativos e institutos penitenciários. Em maio de 2010 recebe uma bolsa do Instituto Goethe para participar do Forum Internacional em Berlim no Berliner Festspiele. Em 2011 é convidada pelaSecretaria de Cultura de Münster para realizar uma oficina para multiplicadores de Teatro do Oprimido, a mesma realiza em 2012 em Faro, Portugal.
Como atriz participa de diferentes peças em Buenos Aires, Berlim e Londres. Destacam-se suas participações no grupo Des Armadero Teatro, recebendo os prêmios de melhor peça e melhor atriz no segundo festival de monólogos – La Tigra – Chaco com a peça “Objeto-Mulher” que apresenta na Europa e na Argentina. Na cidade de Berlim atua no projeto Tusch no teatro HAU 2. Ainda, participa como atriz em 3 peças da primeira edição do festival “CASA Latin American Theatre Festival” em Londres. A partir de então exerce o papel de artista associada deste festival. Seu espetáculo itinerante de Clown “Selection bilingüe de Institutricen” foi convidado para participa r do festival CASA em Londres em 2010 e selecionada para o festival ENTEPOLA Chile (2011).
Recentemente, foi responsável pela organização do I encontro sobre “A POSSÍVEL ATUALIDADE DE BRECHT” em Andamio 90 realizado nos dias 12, 13 e 14 de setembro. É professora titular da escola Andamio 90, nas matéria Interpretação I e II. Oferece cursos curtos de “Teatro do Oprimido” e cursos para atores “sobre as propostas de Brecht” dirigidos a professores, atores e estudantes. Recentemente foi incorporada como investigadora na Associação Argentina de Investigadores e Críticos de Teatro da Argentina (AINCRIT).
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