ELT e a cidade é um projeto lançado pela Escola Livre de Teatro de Santo André, com o intuito de aproximar a escola ainda mais dos munícipes e de fomentar a formação de público (despertar o interesse dos participantes pelas artes em geral). O principal objetivo do projeto ELT e a cidade é oferecer atividades específicas na área das artes cênicas a quem tiver interesse.
Informações sobre toda a programação: http://escolalivredeteatro.blogspot.com/2010/02/elt-e-cidade.html
INSCRIÇÕES PARA AS ATIVIDADES: NO LOCAL E/OU NA ELT PELO TEL: 49962164.
Em comemoração ao aniversário da cidade e dando início ao ELT E A CIDADE, neste sábado, dia 10 de abril, sábado, às 14h, Marco Antônio Braz, diretor de A Alma Boa de Setsuan, de Bertolt Bercht, com Denise Fraga, e o ator Marcos Cesana (veja o currículo dos dois abaixo)participam do encontro Um olhar para Bertolt Brecht na ELT no teatro da Escola (Teatro Conchita de Moraes – Pça. Rui Barbosa, 12 – Bairro de Sta. Teresinha).
Gratuito e aberto ao público em geral, o encontro girará em torno do trabalho do dramaturgo alemão Bertolt Brecht e da experiência de Marco Antônio e Marcos Cesana em adaptarem e montarem uma de suas peças.
Sobre o ELT e a cidade: Pesquise neste blog.
Sobre Marco Antônio Braz:
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=personalidades_biografia&cd_verbete=259
Sobre Marcos Cesana:
http://ondeanda.multiply.com/photos/album/1473
Sobre a Alma Boa de Setsuan:
De Brecht a Brown, eu quero é mais...
Por Deolinda Vilhena / De Salvador (BA)› Terra Magazine - Sexta, 23 de janeiro de 2009 "A Alma Boa de Setsuan" é um espetáculo que merece ser visto por diversos motivos. Primeiro é um Brecht e, quem nunca viu um deve correr para ver. Segundo é um espetáculo que já recebeu dois prêmios importantes da APCA: Melhor Espetáculo e Melhor Atriz (Denise Fraga).e que está indicado para o prêmio Shell, em nada mais nada menos que cinco categorias (direção, cenário, figurino, iluminação e melhor atriz). Além disso, é um sucesso de público pois em tempos de vacas cada vez mais magras no teatro brasileiro já foi visto - e aplaudido! - por mais de 31 mil espectadores.
Mas tudo isso é pouco perto do motivo que mais me tocou: o fato dessa montagem ter sido fruto de um sonho, de uma paixão, de uma imensa vontade de Denise Fraga fazer teatro de uma forma diferente. Ela uma estrela, buscando Marco Antônio Braz por sua vivência de grupo e por sua forma de dirigir lúdica e irreverente.
Durante cinco anos ela acalentou a vontade de transformar esse projeto em realidade. Num momento onde todos temem as grandes produções - são onze atores no elenco! - Denise, por acreditar que a questão colocada por Brecht, a absoluta contradição humana diante do caos ético em que vivemos num mundo onde a voz mais forte é sempre a do capital, precisa ser discutida, não teve medo.
Ao contrário, Denise acreditou na capacidade transgressora do humor e fez uso da sua comunicabilidade de atriz popular para encenar Brecht no Brasil de hoje mesmo andando na contramão da história, pois um bom monólogo é sempre a opção feita pelos que tem medo de ousar. Denise e a equipe merecem todos os prêmios e todos os elogios.
"A Alma boa de Setsuan" foi escrita em 1941, época em que Brecht vivia no exílio fugindo da Alemanha nazista, e afirmava que a bondade era o estado natural do homem, e que a crueldade exigia um grande esforço. Entretanto, o preço para se praticar o bem em um mundo como o nosso seria alto demais. Passados 68 anos, o texto continua mais que atual, mostrando a realidade muito mais cruel para os bons, num mundo onde a generosidade ficou perigosa, a ponto de nos perguntarmos com frequência: como ser bom e ao mesmo tempo sobreviver no mundo competitivo em que vivemos?